Estou atuando como médico pediatra há mais de 30 anos, na minha formação acadêmica clássica, que é a alopatia, aprendemos a fazer, o que chamamos de anamnese, onde o paciente apresenta sua queixa, fazemos alguns questionamentos, realizamos o exame físico, elaboramos uma hipótese diagnóstica, solicitamos exames, se necessário, e propomos o tratamento.
O que me incomodava era o fato de muitas das vezes não ser possível, devido ao tempo e até mesmo à minha formação, levar em consideração que as pessoas sofrem influências, principalmente as crianças, das suas relações familiares, da sua alimentação, do ambiente, do seu estilo de vida, etc. O que pode impactar de forma expressiva nas suas manifestações clínicas e psíquicas.
Então passei a buscar algo que poderia trazer uma maior compreensão do indivíduo como um todo, no meu caso, daquele pequeno ser ainda em formação.
Passei a estudar homeopatia e outras terapias, e aprendi que o conceito de doença é bem diferente daquele que aprendemos na faculdade, a doença não é somente a manifestação em si, é algo bem maior, sistêmico, onde a manifestação física encontrada é apenas a manifestação de algo bem mais profundo, ou seja, não bastaria apenas “sacar” a lesão ou dar o remédio “anti” (antibiótico, anti-inflamatório, antialérgico), óbvio que muitas vezes são necessários, mas se as mesmas atitudes, o mesmo estilo de vida, a mesma alimentação, o mesmo ambiente, etc. forem mantidas a “doença” volta.
Portanto o trabalho médico pode ser muito mais amplo, com uma abordagem mais completa e complexa, pois o ser humano visto e tratado como um todo (corpo, mente e espírito), tem chances maiores de cura e de qualidade de vida.
Assim o meu foco será o atendimento dentro dos conceitos da medicina mais humanística e holística, tendo como base o tratamento com a homeopatia e, em breve, a fitoterapia, a nutrição, a atividade física, etc., sendo um ponto importante a parceria do médico com o paciente (família), para a manutenção da saúde, ou seja, o paciente passa a ser, não mais coadjuvante, mas o ator principal no processo de tratamento e manutenção de sua saúde. O paciente deixa de receber passivamente o tratamento para uma doença e passa a participar ativamente da própria saúde, pois a saúde é também uma responsabilidade do indivíduo e da família.